segunda-feira, 7 de novembro de 2011

domingo, 6 de novembro de 2011

Roteiro inicial


Ressuscitando Filósofos

Apresentador 1: Bom dia! Hoje ressuscitaremos um grande filósofo, Jean Paul Sartre, nascido em Paris no dia 21 de junho de 1905 e morto em 1980. Durante sua vida, Sartre escreveu muitas obras importantes, dentre as quais podemos citar: “A transcendência do ego”, “A Náusea”, “O ser e o nada” e “A Imaginação”.

Apresentador 2: Bom dia Sartre! Bem vindo ao nosso programa “Ressuscitando filósofos”, nós o ressuscitamos para que o senhor pudesse contar para nós um pouco de sua filosofia. Mas então, o senhor é um grande representante do Existencialismo Ateu né? *Sartre confirma com a cabeça*. Explique-nos, em que consiste essa corrente de pensamento?

Sartre: Para sanar a sua dúvida, nós temos que partir do principio de que a existência precede a essência. Ou seja, o homem primeiro precisa existir no mundo para depois se realizar, se definir através de suas ações. E se a existência precede a essência, não há nenhuma natureza humana ou Deus que nos defina como homens. Pois Deus não é capaz de guiar as nossas vidas, Deus é a nossa covardia. A liberdade é nossa arma. Em conclusão o existencialismo é a filosofia que proclama a total liberdade do ser humano.

Apresentador 1: E o que significa liberdade para o senhor?
Sartre: A liberdade vai muito além do que se pensa. Ser-se livre não é fazermos aquilo que queremos, mas querer-se aquilo que se pode. O nosso futuro está em nossas mãos, o homem está condenado a ser livre, livre para esgotar suas escolhas, estas que são determinadas pelo que pensamos ser bom ou mau.

Apresentador 1: E quando o homem não sabe reconhecer e aproveitar essa liberdade, o que acontece com ele?
Sartre: O poder da liberdade faz um homem angustiado quando este não consegue sustentar suas escolhas. A angústia é o receio da liberdade. E para se defender dessa angústia vem a má-fé.

Apresentador 2: O que o senhor acha da má-fé?

Sartre: a má-fé é uma defesa contra a angústia e o desalento, porém é uma defesa equivocada. Pela má-fé renunciamos à nossa própria liberdade, fazendo escolhas que nos afastam do projeto fundamental e atribuindo conformadamente estas escolhas a fatores externos, ao destino, a Deus, aos astros, a um plano universal. Má-fé, não é mentir para outras pessoas, mas mentir para si mesmo e permitir-se fugir de sua própria autodeterminação.


Apresentador 2: E quais são os limites da liberdade?

Sartre: A liberdade é limitada pelo próprio homem. Esta autonomia de escolha é determinada pelas capacidades do próprio ser. Entretanto estas limitações não tornam a liberdade menor; são elas que a possibilitam, pois são elas que determinam nossas escolhas e impõem uma liberdade de eleição da qual não podemos escapar. É dos limites que o homem constrói os seus maiores artefatos.

Apresentador 1: Então, pra você, o que é ser homem?

Sartre: Ser homem é tender a ser Deus; ou se preferirmos, fundamentalmente o desejo de ser Deus. O homem é aquele que se inventa a cada dia. “Nunca se é homem enquanto não se encontra alguma coisa pela qual se estaria disposto a morrer”.

Apresentador 2: No que consiste a relação “eu com o outro”?

Sartre: Só através dos olhos dos outros posso ter acesso à minha própria essência. O homem por si só não pode se conhecer em sua totalidade. Só através dos olhos, de outras pessoas é que alguém consegue se ver como parte do mundo.

Apresentador 1: Sartre, como você ocupava seu tempo?

Sarte: Bom, ocupava boa parte do meu tempo fazendo conferências e passeatas como meio de apressar a Revolução Socialista.


Apresentador 1: Em que se consiste o  “em-si”?

Sartre: O mundo é povoado por seres Em-si. Podemos defini-los como qualquer objeto existente no mundo e que possui uma essência definida. Para o criar, parte-se de uma idéia que é concretizada, e o objeto construído se enquadra nessa essência prévia. Um ser em si não possui potencialidades.

Apresentador 2: E o “para-si”?

Sartre: O para-si não tem uma essência definida. Ele não é resultado de uma idéia pré-existente. Eu acredito que não exista um criador que tenha predeterminado a existência e os fins de cada pessoa. È preciso que o para-si exista e durante a sua existência ele defina a sua essência. A nossa essência imutável é aquilo que já vivemos.

" A existência precede a essência", o existencialismo ateu de Jean Paul Sartre

Em nossas pesquisas sobre Jean Paul Sartre, encontramos muito sobre o existencialismo ateu, ao qual sartre era um grande representante. Na fonte educacao.uol.com.br encontramos o seguinte texto que explica, exemplifica e torna capás o entendimento sobre o assunto.


Somos os responsáveis por nossa existência

Se o homem primeiro existe e depois se faz por suas ações, ele é um projeto - é aquele que se lança no futuro, nas suas possibilidades de realização. O que isso quer dizer?

Eu não escolho nascer no Brasil ou nos EUA, pobre ou rico, branco ou preto, saudável ou doente: sou "jogado" no mundo. Existo. Mas o que eu faço de minha vida, o significado que dou à minha existência, é parte da liberdade da qual não posso me furtar. Posso ser escritor, poeta ou músico. No entanto, se sou bancário, esta é minha escolha, é parte do projeto que eliminou todas as outras possibilidades (escritor, poeta, músico) e concretizou uma única (bancário).

E, além disso, tenho total responsabilidade por aquilo que sou. Para o existencialista, não há desculpas. Não há Deus ou natureza a quem culpar por nosso fracasso. A liberdade é incondicional e é isso que Sartre quer dizer quando afirma que estamos condenados a sermos livres: "Condenado porque não se criou a si próprio; e, no entanto, livre, porque uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto fizer" (em O existencialismo é um humanismo, 1978, p. 9).

Portanto, para um existencialista, o homem é condenado a se fazer homem, a cada instante de sua vida, pelo conjunto das decisões que adota no dia-a-dia.

"Tive que cuidar dos filhos, por isso não pude fazer um curso universitário." "Não me casei porque não encontrei o verdadeiro amor." "Seria um grande ator, mas nunca me deram uma oportunidade de mostrar meu talento." Para Sartre, nada disso serve de consolo e não podemos responsabilizar ninguém pelo que fizemos de nossa existência. O que determina quem somos são as ações realizadas, não aquilo que poderíamos ser. A genialidade de Cazuza ou Renato Russo, por exemplo, é o que eles deixaram em suas obras, nada além disso.

O Restante da explicação pode ser encontrada Clicando AQUI.




sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Se eu tô livre?


Funk sobre Jean Paul Sartre.

Liberdade, Angústia e morte



Esse vídeo explica muito bem o pensamento de Sartre sobre liberdade, angústia e morte. Recomendamos que assistam e aprendam mais sobre esse grande filósofo.




Quem foi Jean Paul Sartre



Vida:

Foi um filósofo, e crítico francês, além de metereologista e escritor, conhecido como o principal representante do existencialismo ateu. 
Jean Paul Sartre nasceu em Paris no dia 21 de junho de 1905 e faleceu em 1980. Durante sua vida, Sartre escreveu muitas obras importantes, dentre as quais podemos citar: “A transcendência do ego”, “A Náusea”, “O ser e o nada” e “A Imaginação”.


Filosofia:

A existência precede a essência. Ou seja, o homem primeiro precisa existir no mundo para depois se realizar, se definir através de suas ações. E se a existência precede a essência, não há nenhuma natureza humana ou Deus que nos defina como homens. Pois Deus não é capaz de guiar as nossas vidas, Deus é a nossa covardia. A liberdade é nossa arma. Em conclusão o existencialismo é a filosofia que proclama a total liberdade do ser humano.
O poder da liberdade faz um homem angustiado quando este não consegue sustentar suas escolhas. A angústia é o receio da liberdade. E para se defender dessa angústia vem a má-fé. A má-fé é uma defesa contra a angústia e o desalento, porém é uma defesa equivocada. Pela má-fé renunciamos à nossa própria liberdade, fazendo escolhas que nos afastam do projeto fundamental e atribuindo conformadamente estas escolhas a fatores externos, ao destino, a Deus, aos astros, a um plano universal. Má-fé, não é mentir para outras pessoas, mas mentir para si mesmo e permitir-se fugir de sua própria autodeterminação. 
A liberdade é limitada pelo próprio homem. Esta autonomia de escolha é determinada pelas capacidades do próprio ser. Entretanto estas limitações não tornam a liberdade menor; são elas que a possibilitam, pois são elas que determinam nossas escolhas e impõem uma liberdade de eleição da qual não podemos escapar. É dos limites que o homem constrói os seus maiores artefatos.
Ser homem é tender a ser Deus; ou se preferirmos, fundamentalmente o desejo de ser Deus. O homem é aquele que se inventa a cada dia. “Nunca se é homem enquanto não se encontra alguma coisa pela qual se estaria disposto a morrer”.

  • Eu com o outro:
    Só através dos olhos dos outros posso ter acesso à minha própria essência. O homem por si só não pode se conhecer em sua totalidade. Só através dos olhos de outras pessoas é que alguém consegue se ver como parte do mundo.
  • Em-si
    O mundo é povoado por seres Em-si. Podemos defini-los como qualquer objeto existente no mundo e que possui uma essência definida. Para o criar, parte-se de uma idéia que é concretizada, e o objeto construído se enquadra nessa essência prévia. Um ser em si não possui potencialidades.
  • Para-si
    O para-si não tem uma essência definida. Ele não é resultado de uma idéia pré-existente. Sartre acredita que não exista um criador que tenha predeterminado a existência e os fins de cada pessoa. È preciso que o para-si exista e durante a sua existência ele defina a sua essência. A nossa essência imutável é aquilo que já vivemos.

Pensamentos:

  • “Nunca se é homem enquanto se não encontra alguma coisa pela qual se estaria disposto a morrer”.
  • “Cada homem deve inventar o seu caminho”.
  • “O homem não é a soma do que tem, mas a totalidade do que ainda não tem, do que poderia ter”.
  • “A desordem é o melhor servidor da ordem estabelecida”.
  • “Nasci para satisfazer a grande necessidade que eu tinha de mim mesmo”.
  • “Quando, alguma vez, a liberdade irrompe numa alma humana , os deuses deixam de poder seja o que for contra esse homem”.
  • “Um homem não pode ser mais homem do que os outros, porque a liberdade é igualmente infinita em todos”.
  • “Ser homem é tender a ser Deus; ou, se preferirmos, o homem é fundamentalmente o desejo de ser Deus”.
  • “Ainda que fôssemos surdos e mudos como uma pedra, a nossa própria passividade seria uma forma de ação”.
  • “Para saber uma verdade qualquer a meu respeito, é preciso que eu passe pelo outro”.
  • “O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós”.
  • “Todos os homens têm medo. Quem não tem medo não é normal; isso nada tem a ver com a coragem”.
  • “Detesto as vítimas quando elas respeitam os seus carrascos”.